domingo, 25 de novembro de 2007

Para os Dantas, com o desejo de uma semana de muita luz e paz.
Jade




AUTO-ANÁLISE
©Jade Dantas


Se me perguntassem quem sou,
não saberia.
Só sei da vulnerabilidade,
arrebatamento e curiosidade.

Sei dos olhos iluminados
pela poesia das palavras.
Mas, quem sou, não saberia.

Sei das limitações e carências.

Das fantasias.
Sei da busca do essencial, que passa distante
de valores financeiros, acomodação e lucidez.

Do corpo que flutua na imaginação.
Dos olhos que me observam por trás de mim
e são fascínio, convite, cumplicidade.
Mas, quem sou, não saberia.

A alegria de viver é parte dos meus roteiros.
Também a transgressão, perplexidade e ousadia.

Mas não sou elas, ou não apenas elas.
Também sou medo e desejo.

E sou a que reinvento em mim
todos os dias, para delirar todas as noites.
Como dar um testemunho de quem sou,

se me envolvo em incoerências e utopias?

De um lado a que trabalha,
cria formas concretas
a serem esculpidas.
Com concreto e tijolos.

Poemas da realidade, em metáforas de cores.
Do outro, pés bailando em pontas
e o descobrir. Buscar significados
navegando entre o concreto e as nuvens.

A que desenha e a que levanta asas ritmadas.
Ainda assim, dizer quem sou, não saberia
Apenas da que consigo ser.
Cigarra, água, árvore, nuvem, chuva, canto e cigarra

Mas, dizer quem sou, não saberia.



0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial