Para os Dantas, com o desejo de uma semana de muita luz e paz.
Jade
AUTO-ANÁLISE
©Jade Dantas
Se me perguntassem quem sou,
não saberia.
Só sei da vulnerabilidade,
arrebatamento e curiosidade.
Sei dos olhos iluminados
pela poesia das palavras.
Mas, quem sou, não saberia.
Sei das limitações e carências.
Sei das limitações e carências.
Das fantasias.
Sei da busca do essencial, que passa distante
de valores financeiros, acomodação e lucidez.
Do corpo que flutua na imaginação.
Dos olhos que me observam por trás de mim
e são fascínio, convite, cumplicidade.
Mas, quem sou, não saberia.
A alegria de viver é parte dos meus roteiros.
Também a transgressão, perplexidade e ousadia.
Também a transgressão, perplexidade e ousadia.
Mas não sou elas, ou não apenas elas.
Também sou medo e desejo.
Também sou medo e desejo.
E sou a que reinvento em mim
todos os dias, para delirar todas as noites.
Como dar um testemunho de quem sou,
todos os dias, para delirar todas as noites.
Como dar um testemunho de quem sou,
se me envolvo em incoerências e utopias?
De um lado a que trabalha,
cria formas concretas
a serem esculpidas.
Com concreto e tijolos.
Poemas da realidade, em metáforas de cores.
Do outro, pés bailando em pontas
e o descobrir. Buscar significados
navegando entre o concreto e as nuvens.
A que desenha e a que levanta asas ritmadas.
Ainda assim, dizer quem sou, não saberia
Apenas da que consigo ser.
Cigarra, água, árvore, nuvem, chuva, canto e cigarra
Mas, dizer quem sou, não saberia.
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